Procura-se: Empresa de TI que pague bem

Procura-se: Empresa de TI que pague bem
Publicado em 29.08.2007

Jacques Waller

Especial para o JC

Certificação CMM, conhecimentos em Java e J2ME, especialização em gestão de TI e mestrado profissional em engenharia de software. Tudo isso para ganhar, no máximo, R$ 3 mil. Segundo os profissionais de Tecnologia da Informação (TI) do Recife, o mercado exige muitos conhecimentos, mas não compensa o investimento com salários adequados. Ao contrário, oferece remunerações bem abaixo da média dos grandes centros.

De acordo com pesquisas de consultorias de recursos humanos de São Paulo e do Recife, a diferença de salários é de 20% a 50%, mas segundo os profissionais, algumas especialidades recebem até quatro vezes menos do que no Sudeste. E dependendo do tipo de contrato, a diferença pode ser ainda maior.

Como resultado, profissionais que investem em conhecimento migram para outros centros de tecnologia atrás de melhor remuneração, abandonam a parte técnica para assumir cargos de gerência de projetos ou, ainda, criam as próprias empresas, aumentando o déficit de profissionais de TI no Estado.


Profissionais pedem salários maiores
Publicado em 29.08.2007

Exigências demais e remuneração abaixo da média de cidades como Brasília e São Paulo são principais queixas da mão-de-obra local de TI

Procura-se urgentemente empresa de TI que pague bem no Recife. A reclamação vem dos próprios profissionais de tecnologia. Eles afirmam que, se por um lado as empresas que compõem o pólo tecnológico do Estado têm exigido profissionais com conhecimentos em diversas linguagens de programação, formação em gestão de pessoas e certificações de qualidade de software, por outro lado os salários oferecidos são muito abaixo da média de outros centros do Brasil, como São Paulo, Brasília e Belo Horizonte.

Enquanto o salário de um profissional de TI em nível pleno no Recife é de R$ 1,8 mil, em média, no Sudeste a oferta é 50% maior. Em alguns casos, a diferença pode chegar a ser de até quatro vezes. De acordo com o analista de sistemas Marcílio Gomes, é difícil atingir a remuneração de R$ 3 mil, um dos maiores salários oferecidos pelo mercado local. “Uma proposta dessas é até ruim porque sabemos que não se tem mais para onde subir”, conta Gomes.

Ele diz ainda que, recentemente, recebeu a proposta de uma empresa de Brasília que ofereceu R$ 40 por hora de salário, o dobro do que é oferecido no Recife. “Dificilmente se oferece mais de R$ 20 por hora. E sei que não é o melhor salário daquela cidade”, comenta.

“As empresas exigem demais e dão de menos”, opina o engenheiro de software João Victor Coelho. De acordo com ele, a média salarial é incompatível até mesmo com o nível de exigência do mercado. “Tirar certificação da Microsoft ou em Java, fazer mestrado, tudo é muito caro. O mestrado profissional do Cesar, por exemplo, custa R$ 1,6 mil. Só é possível fazer esse curso se você tiver uns R$ 4 mil de renda. E para conseguir esse nível salarial, o profissional tem que abandonar a parte técnica e partir para a área de gestão”, conta o engenheiro.

O designer de interação Marcelo Eduardo Moraes, que lidera equipes de desenvolvimento de softwares para um grande laboratório de TI do Recife, conta que a prática de salários baixos no Estado já se tornou uma questão cultural. “Nas entrevistas que fiz para contratar programadores, notei que a expectativa salarial é mais baixa que a média. Mesmo com o preço de venda dos projetos e o nível dos profissionais ser o mesmo praticado por empresas de outros mercados, os valores não são repassados aos funcionários”, destaca.

Marcelo, que já trabalhou em vários mercados do Brasil, conta que em Brasília chegou a conhecer profissionais pernambucanos que ganhavam abaixo da média da capital federal, mas que ainda assim recebiam o dobro do que é oferecido no Recife. “Eu diria que a diferença de salários para um recém-formado chega a ser de quatro vezes em alguns casos, mas certamente é pelo menos o dobro para um iniciante”, compara.

Os baixos salários também contribuem para a chamada evasão de cérebros. Um dos que se prepara para deixar o mercado local é o engenheiro de Sistemas de Interface, Berg Brandt. O profissional está de malas prontas para o Canadá, onde recebeu uma proposta que classificou como “tentadora”. “É o que acontece com as pessoas que se qualificam um pouco mais. Elas acabam saindo porque o mercado local não consgue competir com multinacionais”, ressalta. ( J.W.)

Diferença de salários varia entre 20% e 150%
Publicado em 29.08.2007

Mesmo exportando talentos e disputando projetos com empresas multinacionais, a diferença entre salários praticados no Recife e nos grandes centros como São Paulo varia entre 20% e 150%. Pesquisas de consultorias de recursos humanos do Recife e do Sudeste comprovam que muitas vezes a diferença salarial é maior do que os encargos com o custo de vida das metrópoles, mas apontam que os maiores salários só são conseguidos graças a práticas ilegais que vêm se espalhando cada vez mais pelo mercado.

Segundo Rafael Seabra, um dos sócios da empresa Eliti Gestão de Talentos, pré-incubada no programa Base de Empreendimentos de Alta Tecnologia do Recife (Recife Beat), os salários iniciais praticados no Recife e em São Paulo, por exemplo, têm diferença de apenas 20%. A empresa, criada em fevereiro deste ano, realizou pesquisas para identificar perfis salariais e necessidades do mercado local. Até o fim de 2007, a empresa deve criar um banco de currículos online somente de profissionais de TI.

“Os salários iniciais são parecidos. O problema mesmo é o plano de cargos, ou seja, a progressão do profissional. Esta é uma prática quase ignorada pelas empresas do Recife”, comenta Seabra, que diz que a média de salários iniciais na cidade varia entre R$ 1,5 mil e R$ 2,6 mil para programadores júnior.

Uma pesquisa da consultoria Lopes & Borghi, divulgada no último mês de maio, indica que a diferença na remuneração chega a ser de 50%. Uma pessoa no mesmo cargo de programador júnior na capital paulista recebe entre R$ 2,2 mil e R$ 3,31 mil. Programadores sênior em São Paulo recebem R$ 6,7 mil, em média.

Os valores levantados pela Lopes & Borghi levam em conta os salários de contratos baseados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Os valores aumentam ainda mais quando são observados os contratos de Pessoa Jurídica (PJ), que apesar de serem considerados aberrações legais, são amplamente praticados no Sudeste do País.

O contrato PJ considera que cada funcionário é uma empresa prestadora de serviço. Com isso, a empresa contratante não arca com os encargos financeiros exigidos pela CLT, além de não pagar férias e 13º salário, mas repassa parte do valor dos encargos ao profissional. Uma pesquisa da consultoria Manager, em abril do ano passado, identificou que o salário de um programador em São Paulo com contrato tipo PJ varia entre R$ 3,75 mil e R$ 4,4 mil.

Mas para o consultor de Pesquisa e Remuneração da consultoria de recursos humanos Catho, Mário Fagundes, os salários de TI do Estado são os que mais têm crescido no Brasil. “Se o nível de investimento no setor se mantiver, é possível que em médio prazo os salários sejam compatíveis com o dos grandes centros urbanos”, diz. ( J.W.)

Em vez de assalariado, empresário
Publicado em 29.08.2007

Mesmo com a pouca perspectiva de crescimento no mercado local, alguns profissionais de TI decidem ficar no Recife. Alguns, presos pelas raízes do sentimento. Outros apostam no empreendedorismo como forma de ampliar as chances e os salários praticados em Pernambuco.

O arquiteto de software Mozart Araújo, 28, é um dos que decidiu ficar por causa da ligação com a terra. Ele, que chegou a trabalhar na Microsoft ganhando um salário bem maior do que o que ganha no Recife, diz que a saudade da família o trouxe de volta.

“Voltei não porque o salário aqui é melhor. Foi uma questão pessoal, de família. Me perguntei que tipo de vida eu queria. Profissionalmente, minha vida na Microsoft era ótima, mas há outros fatores envolvidos e acho que ainda tenho que experimentar muita coisa por aqui”, pondera.

O arquiteto de software diz que apesar dos valores oferecidos pelas empresas locais terem aumentado nos últimos anos, o salário ainda fica a desejar. “A diferença entre os salários antigamente era de três ou quatro vezes. Hoje, já é um pouco melhor. Mas sinto que, apesar de estarmos na direção certa, não estamos evoluindo na velocidade adequada”, critica.

Já o diretor da empresa Inove, Mardem Menezes, decidiu ficar para empreender. Mardem também teve a oportunidade de trabalhar na Microsoft, mas há cerca de três anos preferiu tentar criar seu próprio negócio.

“Tenho vários amigos que foram para fora atrás de melhores salários. Mas acredito que o quadro no Recife deve melhorar, embora não se saiba quando”, comenta. Menezes acredita que mesmo com toda a capacidade dos profissionais pernambucanos, a questão dos salários no mercado local passa necessariamente pelo volume de negócios.

“O foco não é somente aumentar salários. É aumentar a quantidade de negócios. O ambiente do Porto Digital tem muitas empresas, mas em termos de volume de negócios, ainda somos muito pequenos. Estamos indo em um bom caminho agora porque o Porto está querendo vender TI para empresas que não são de TI. E não adianta fazer projetos geniais que ganham prêmios, mas não geram dinheiro”, critica. ( J.W.)

Tradição acadêmica é atrativo local
Publicado em 29.08.2007

De acordo com o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya, atualmente o Recife importa mais profissionais de TI do que exporta. Frente aos baixos salários oferecidos pelas empresas locais, há quem acredite que a academia é o principal atrativo dos estrangeiros no Recife. “Não é só salário. Muitos dos profissionais que vêm para cá têm planos acadêmicos, para fazerem mestrado e doutorado. Aí acabam recebendo propostas e vão ficando”, comenta o engenheiro de Sistemas de Interface, Berg Brandt.

“A Universidade Federal, por exemplo, é referência no ensino de tecnologia. Então, muitas vezes as pessoas vêem fazer um mestrado e se adaptam ao mercado. Agora, se as empresas estão contratando gente de fora é porque elas podem arcar com os salários desses outros mercados. Ninguém trabalha de graça”, comenta o designer de Interação, Marcelo Eduardo Moraes.

O coordenador do Centro de Informática (CIn) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Paulo Cunha, diz apenas que a questão salarial das empresas de tecnolgia de Pernambuco “é um problema a ser trabalhado”. Já o déficit de profissionais do mercado local deve ser bem dimensionado.

“O mercado tem necessidades específicas que precisam ser trabalhadas. Há necessidade de formação de gente em quantidade e qualidade. Mas a base está bem montada e agora é só trabalhar nas especificidades”, aponta.

Cunha ressalta também que a evasão de profissionais recifenses para outros mercados não segue somente a lógica da busca por salários. “Um dos problemas que contamos sempre aqui é que, como somos inovadores no ensino de várias linguagens, os mercados externos acabam absorvendo todos os nossos alunos de uma vez”, diz.

“A atração de profissionais para o mercado envolve também a questão da remuneração. Mas o problema não está concentrado no Recife. O profissional que vier de fora também não está necessariamente dentro dos padrões exigidos”, comenta o coordenador do mestrado em Engenharia da Computação da Universidade de Pernambuco (UPE), Ricardo Massa. ( J.W.)

Essa discussao ja eh antiga, e o norte/nordeste nao sao os unicos lugares que sofrem com esse problema de baixa renumeracao. Sendo do sul, senti na pele a mesma coisa por varios anos ateh que deixei a provincia e mude pra sampa onde de cara meu salario praticamente triplicou.

Os mercados locais praticam os precos que praticam pelo fato de que a mao de obra existe e se nao quiser, tem quem queira. Nao sentem a real necessidade de lutar / brigar por uma cabeca, eh aquela coisa de se um nao quer tem dez na fila que querem e fica nisso. No momento que a evasao de profissionais chegar a um ponto que o mercado local nao encontra mais profissionais para suprir a demanda esse cenario mudara, que eh o que acontece em sao paulo por exemplo, a demanda la eh tao grande que as empresas cacam esses profissionais de outros centros e que eh bom para todo mundo que deixa o bairrismo de lado.

Acho que a matematica eh simples, quem nao quer mudar tem que esperar o cenario mudar, e para aqueles que querem sempre tem um lugar ao sol nos grandes centros.

Atualmente moro no exterior, e o cenario aqui nao eh diferente.

Quem trabalha na area, no assim chamado ‘interior do pais’ tbm tem valores muito abaixo dos praticados na cidade e tendo visto essa novela antes, chego a conclusao que isso eh assim mesmo e nao tem como mudar o cenario. Pois os mercados locais sempre terao aquele que nao quer sair de perto da familia, etc … e com isso suprem as necessidades locais gerando o equilibrio os lucros que eles esperam, quem paga o pato? o cara que opta por ficar no mercado local.

Isso pode facilmente ser comparado aquela velha e antiga historia da oferta e procura, dito isso … tirem suas proprias conclusoes

Isso é um problema em todas as áreas.
Leve-se em conta que o custo de vida em SP é mais caro.

Grande Rulio Cesar…matéria interessante.

bom topico!! enquanto os profissionais de TI nao se valorizar os administradores jamais vai valorizar eles. Então antes de aceitar uma proposta veja o investimento que vc ja fez na sua area e faça um calculo depois vc + com a sua dedicação depois + com a sua experiencia ai vc vai ter a sua hora de trabalho. Acredito se vc fizer isso na ponta do lápis nao vai querer trabalhar ganhando 20/h? Depender de seu qualificação… pegando com pre-requisito as divulgadas na materia.

agora sair da M$ para ganhar -4x é complicado… eu mesmo nao saia… Agora me diz uma coisa… será q a M$ utiliza java nas suas aplicações?

[quote=rodrigo alberto]Isso é um problema em todas as áreas.
Leve-se em conta que o custo de vida em SP é mais caro.[/quote]

Isso é bem relativo, provado que nem tanto. Tudo depende de como e onde vai morar. A questão é que SP possui inúmeras opções. Pode almoçar num restaurante bom e pagar 10 reais ou 450 - parigi , tudo vai depender do seu bolso :slight_smile:

Como eu sempre digo, e como o amigo acima disse, falta o pessoal se tocar e se valorizar mais.

Comparando com profissionais do sexo: Se a “profissional” é linda e gostosa ela vai cobrar só 10 conto? Não! ela tem que cobrar 500! Ou mais.

Uma coisa que sempre digo: Se dêem valor pra te valorizarem.

Isso é culpa do C.E.S.A.R., que nivela os salários a níveis chineses e africanos…
50% a mais do que no recife, ainda vou te dizer, é difícil achar profissional em “sum paulo”.

Você quer ver o nordeste se desenvolver? Melhore os salários…

Esse lenga-lenga de que o “custo de vida é baixo” é balela… Besteira.

Esses “sinhozinhos” ainda tem cabeça de latifundiário da época colonial, em que se tinha escravos, e depois mão de obra farta.

Uma vergonha. E tem gente que ganha muito mas muito dinheiro com isso.

Vergonhoso, tenho pena de nossos amigos nordestinos. Acham que mereciam mais, tem muita gente capacitada por lá.

[]'s

P.S.: Não acho que o custo de vida seja mais baixo que em SP…

Aluguel, um pouco mais barato,

Combustível, geralmente mais caro…

Transporte (ônibus), mesmo preço, aqui temos o bilhete único que vc pode tomar até 3 ônibus por 2 horas.

Alimentação, acaba se equivalendo, pois alguns produtos vem de são paulo e tem que pagar frete.

Produtos eletro-eletrônicos, são tudo produzido ou em manaus ou aqui.

Roupas, maioria no bom retiro (é inúmero o número de pessoas que vêm para sp comprar roupas para revender no nordeste).

Cerveja, mesmo preço :stuck_out_tongue:

Agora pergunto: Onde é mais barato???

[editando de novo…]

Agora, se qualidade de vida fosse tangível, aí sim, o custo de são paulo é absurdo ao extremo!!!

Eu não tenho pena de ninguém, se eles estão nessa situação é por própria culpa deles.

Ô raça pra ser mais desunida que da de TI. Cada um pensa no seu e dane-se o resto.

Se o pessal começasse a dizer não pq o salário é baixo a coisa ia mudar. Mas como é a área de TI isso nunca vai acontecer.

[quote=onolox]Eu não tenho pena de ninguém, se eles estão nessa situação é por própria culpa deles.

Ô raça pra ser mais desunida que da de TI. Cada um pensa no seu e dane-se o resto.

Se o pessal começasse a dizer não pq o salário é baixo a coisa ia mudar. Mas como é a área de TI isso nunca vai acontecer.[/quote]
Tenho pena sim, mas entenda “sentir pena” como “achar um idiota”…

Porque tem cara aqui que pergunta “O que vocês acham de mil reais PJ?”. E a maioria responde "Pô que legal, tem mais vaga lá, também quero ir… ".

Eu tenho vontade de mandar essa galera pro inferno!

Estou na área a 13 anos. Comecei como estagiário aos 18 em 1994. Se você aplicar a inflação de lá para cá NUNCA ganhei esse valor, nem como estagiário.

Em valores reais, já ganhei mais que hoje…

Tem conhecidos meus (na base de 19/20 anos) que estão fazendo estágio… A retirada média é de R$ 1,5 mil.

Quem aceita essas coisas das três uma: Ou tá aprendendo muito, ou tem pai rico e trabalha por hobby ou é idiota.

[]'s

P.S.: Só para completar… Me considero um profissional medíocre, tem gente muito melhor que eu. E que ganha mais.

Parem de se desvalorizar, por favor.

Oferta e procura. Ponto.

Têm mais programador que mercado para estes. Isso é reflexo de da baixa industrialização (comparado com São Paulo).

Alguém quer ganhar dinheiro? Monta em Recife uma prestadora de serviços de TI que efetivamente consiga entregar software bom para as empresas de São Paulo.

Se eu cobrar o mesmo preço (ou um pouco menos) e pagar metade pelo programador, minha margem de lucro aumenta muito! Fico podre rico!

Se centenas de empreendedores pensarem assim, rapidinho vai faltar programador em Recife.

O que falta em Recife é empreendedor.

Custo de vida, baixa auto-valorização, “pensamento de latifundiário”? BOBAGEM.

[quote=cjalmeida]Oferta e procura. Ponto.

Têm mais programador que mercado para estes. Isso é reflexo de da baixa industrialização (comparado com São Paulo).

Alguém quer ganhar dinheiro? Monta em Recife uma prestadora de serviços de TI que efetivamente consiga entregar software bom para as empresas de São Paulo.

Se eu cobrar o mesmo preço (ou um pouco menos) e pagar metade pelo programador, minha margem de lucro aumenta muito! Fico podre rico!

Se centenas de empreendedores pensarem assim, rapidinho vai faltar programador em Recife.

O que falta em Recife é empreendedor.

Custo de vida, baixa auto-valorização, “pensamento de latifundiário”? BOBAGEM.
[/quote]

Falou tudo e está cheio de empreendedores saindo de SP por tal motivo, começando a abrir fábrica de software em regiões afastadas, para aumentar sua lucratividade.

Business é isso, agora quando as empresas vão começar a perceber que o modelo de Fábrica e Capital intelectual deve ser valorizado, para o seu projeto não falhar, para extrair ou maximizar todo o potencial … iiixxxi isso vai longe !!

Acho que além da questão da prostituição é a questão do capitalismo selvagem.
Os empresários querem maximizar lucros e minimizar custos(CLARO) então enquanto acham pessoas para pagarem menos,eles pagma, sem levar em consideração muito a capacidade, acho que é cultura de gestor.
Eles não querem saber se o cara usa padrões ou faz gambiarras,ele quer tudo rodando ,bonitinho.
Sem levar em conta capacidade técnica do desenvolvedor.
Acho que é questão de cultura dos gestor, e falta de opção de quem é preso ao mercado local.
Cuso de vida alto em SP?
Salvador não é muito barato não…Apartamento em bairros classe media eu acho que a media é a partir de 80000.Alguel é caro,onibus é caro e precario,almoço no coração empresarial custa alto na faixa de 18 reias o kg,os baratos,não são tão bons.
Se a pessoa tem filho,escola custa caro,e por ae vai…
Acho que o nordeste é complicado.Tinha outra visão de Recife,achei que fosse um pouco melhor que aqui,mas vejo que não.
E no sudeste a situação é melhor porque existe car~encia,aqui no Nordeste não existe demanda de TI, nao existem grandes empresas em quantidade como no Sul- Sudeste.
As empresas que existem sobrevivem trazendo projetos de outros estados.O maior cliente aqui na Bahia é o governo do Estado, oresto de grandes projetos eu acredito que vem tudo de fora.
Complicado…O jeito é se especializar e cair fora do Nordeste…Infelizmente :frowning:

Pois é, eu li a primeira matéria que no Jornal do Comercio … O engraçado aqui em Recife é que o pessoal divulga que estão sempre abertas cerca de 200 vagas pra estágio no Porto Digital. O Interessante é que o salário que eles pagam é muito pouco e exigem muito de um possível novo contratado (pra estágio…). E reclamam ainda que falta profissionais de C e C#… Mas se você for ver o preço dos cursos que eles oferecem de C# e .net na Qualiti, por exemplo, que é do Porto Digital… É um absurdo !!!

A situação de cada local varia de acordo com diversos aspectos econômicos e sociais… Isso é fato!

Mas o mercado hoje não se resume mais a um determinado foco, uma determinada localidade…

Estamos na era da comunicação dinâmica…
Basta termos um pouco mais de espírito empreendedor, pois oportunidades não aparecem somente em um ângulo de visão…

Por exemplo, temos sites de fora, exterior, que administram contatos entre vc e determinada empresa para desenvolvimento de projetos em geral, pagando pelo seu trabalho remoto. Digo isso afirmando sem sombra de dúvidas que realmente funcionam, pois já fui remunerado por um trabalho do tipo que realizei para uma empresa do Reino Unido!

Para quem tiver interesse: “getafreelancer” (é só procurar no google… :wink: )

Indiscutivelmente, a desunião dos profissionais de TI é enorme.

Um dia ouvi de um colega de trabalho que tem apenas 52 anos e mais de 20 de experiência: Pô, quando um cara abre o código do outro e encontra erros e gambiarras, faz questão de tripudiar, não se leva em conta as condições que o cara trabalhou…, eu mesmo já fiz isso e creio que 98% do resto também.

No mais, eu vejo que muitos dos que aqui comentam, são pessoas altamente capacitadas, porém, de um pragmatismo e individualismo visceral…é isso o que o Mercado quer, pois o mais importante é maximizar os lucros e minimizar os custos, isto é um velho clichê que sempre vais estar em voga, com a desunião da categoria, não existirá empresa que pague o quanto achamos que merecemos.

A curto prazo (talvez médio), o cenário é esse: a fuga de cérebros do país, o capitalismo tupiniquim copiando o grande capital internacional e o pessoal reclamando da remuneração.

Creio que a raiz do problema é o tipo de pensamento que está arraigado na nossa sociedade (principalmente paulista), onde a coletividade é desprezada…mas isso é um assunto tabu.

[quote=felipeguerra]Indiscutivelmente, a desunião dos profissionais de TI é enorme.

Um dia ouvi de um colega de trabalho que tem apenas 52 anos e mais de 20 de experiência: Pô, quando um cara abre o código do outro e encontra erros e gambiarras, faz questão de tripudiar, não se leva em conta as condições que o cara trabalhou…, eu mesmo já fiz isso e creio que 98% do resto também.

No mais, eu vejo que muitos dos que aqui comentam, são pessoas altamente capacitadas, porém, de um pragmatismo e individualismo visceral…é isso o que o Mercado quer, pois o mais importante é maximizar os lucros e minimizar os custos, isto é um velho clichê que sempre vais estar em voga, com a desunião da categoria, não existirá empresa que pague o quanto achamos que merecemos.

A curto prazo (talvez médio), o cenário é esse: a fuga de cérebros do país, o capitalismo tupiniquim copiando o grande capital internacional e o pessoal reclamando da remuneração.

Creio que a raiz do problema é o tipo de pensamento que está arraigado na nossa sociedade (principalmente paulista), onde a coletividade é desprezada…mas isso é um assunto tabu.[/quote]
5 estrelas.

Concordo com o amigo no que diz respeito ao CE$AR. o problema é que o CE$AR “deve” ser visto como um centro de inovação e pesquisa, nunca como uma fábrica de softwares ou empresa com fins lucrativos. (considero tudo isso bobagem e também como desculpa pra alocar mão de obra barata).
Muitas das empresas do porto digital se espelham no CE$AR e também vão na onda de empresas de inovação… pagando uma ninharia de salários.

Por outro lado, a exigência do mercado local é absurda, esses filhos de chocadeira definitivamente não tiveram pai nem mãe, pq vc analisando os gastos e o investimento de um profissional de TI, é um valor absurdamente alto. O profissional tendo investido muito alto, pagando uma faculdade (considerando o menor valor 450,00), cursos de especialização, etc… etc… após se formar, recebe uma proposta q por aqui já ví na casa dos R$ 500,00 (ACREDITEM, AQUI TEM VAGA PRA DESENVOLVEDOR POR 500,00 MÊS).

Ainda estou na faculdade e já trabalho para uma empresa de SP, que me paga baseado no salário de lá, q dá 3 vezes a média do salário local. Esta empresa vem buscar profissionais aqui, pq sabe que sempre estamos nos especializando mais, buscando nos diferenciar e valorizar, justamente para fugir do marasmo local, não sermos presas das empresas mediocres de Recife.

Temos grandes profissionais aqui, a maioria vai embora, e isto é um êxodo que entre meus companheiros de trabalho, vai durar por muito tempo, até que alguém com bom senso comece a combater este CARTEL DE TI que existe na região norte/nordeste.

Bom, sou favorável à atitudes práticas. Já quis estabelecer aqui no GUJ e em outros grupos de usuários como SouJava e talvez com apoio de DFJUG um esquema de valor para PJ e CLT , mínimo de acordo com as especialidades - WebComponents, Business, Architect - como as certificações do meio, pois exigem níveis diferentes de estudo e aprendizagem.

Essa coisinha de júnior, pleno, sênior - sempre causa grande confusão.

Vá até o Apinfo e veja o Sênior que estão pedindo, cursando faculdade ou foramdo com três anos de experiência … pára tudo.

Pega a nova certificação de arquiteto que está pra sair, a própria Sun recomenda 5 anos de experiência.

E no meu ponto de vista sênior só pode ser considerado acima desse período, preferencialmente 7 anos pra cima …

Acredito que competência também não se mede exclusivamente por tempo de experiência, mas aí é outro tópico.

Acho que o que resolveria era um acordo com algumas pessoas da comunidade chave (não empresas), para fecharem uma remuneração mínima e começar a corrigir esse valor ano a ano.

Isso pode servir de base para muitos começarem a negociar de forma justa.

PS: Acho que vou me candidatar à alguma coisa e brigar pela galera …rss :stuck_out_tongue:

Está sobrando mão de obra de TI em Recife? Sério? Então certa estão as empresas em pagar pouco.

Quanto aos salários paulistas, bom, estes já estão se aproximando do americano - para o empregador, claro. Nos EUA o empregador gasta 9% com encargos enquanto aqui o valor é 76% [1]. Isso significa que mesmo custando a mesma coisa que um profissional de lá, vamos receber apenas 62% do que eles ganham.

Um engenheiro de software senior ganha $90.000 [2] nos EUA. Isso em para uma posição full-time e não como contractor. Contractor é o equivalente moral a ser PJ, zero benefícios, zero valor pela empresa, mas costuma tirar até o dobro. Pelo dolar comercial de hoje isso significa que um gringo custa 194mil reais por ano. Com esse dinheiro é possivel pagar 9.200 reais mensais CLT para um funcionário.

Pelo que converso com muita gente daqui de SP, o valor praticado pelas melhores empresas de SP já está em 80% disso. Então é dificil querer lutar por melhores valores. Moral da história, lutemos pela reforma trabalhista e desoneração da folha de pagamento, tem muito mais espaço para aumentos dessa forma do que igualando nosso custo com o dos americanos.

[1] Isso foi um empresário que me falou, mas como já ouvi números bem distintos, sugiro refazer meus cálculos para seus valores.
[2] Fonte: payscale.com