[Off-topic] A evolução da língua portuguesa no Brasil

Não sei se estou sendo chato ou se estou presenciando a evolução da língua portuguesa aqui no Brasil.
É que fiquei enjoado de ver as seguintes coisas:

  • “apartir” em vez de “a partir” (parece ser uso quase universal - pelo que imagino, em alguns anos será aceito oficialmente, como a palavra “aonde” - mas por enquanto está errado);

  • o uso do infinitivo ou do subjuntivo sem a letra R no final (por exemplo, “quando vou defini isto aqui…” ou outras coisas parecidas. Como as pessoas também não usam acentos eu não sei se a pessoa está se referindo ao passado ou ao infinitivo, até que leio de novo em voz alta com o acento em outro lugar, para poder entender - ou “pode entende” para esse pessoal que engole os Rs);

  • e a confusão entre “onde” e “aonde” - eu sei que muita gente usa o “onde” onde deveria usar “aonde”, e “aonde” onde deveria usar “onde” - ou seja, as pessoas sabem as regras gramaticais, mas as usam ao contrário :stuck_out_tongue:

Por isso eu vou criar a campanha Escreva correto, mesmo em recados de telefone

Mas o pessoal frequentador do GUJ que pede ajuda no execício da faculdade está demais, hein… veja esta…

[quote=http://www.guj.com.br/posts/list/75980.java]Tentandu Explicar…

Então…meu prof pedio pra genti fazer exercicio que calcule
a rota de um caminhão…sendo que o calculo teria que em classe separada!

dai eu criei; [/quote]

[quote=rodrigoallemand]Por isso eu vou criar a campanha Escreva correto, mesmo em recados de telefone

Mas o pessoal frequentador do GUJ que pede ajuda no execício da faculdade está demais, hein… veja esta…

[quote=http://www.guj.com.br/posts/list/75980.java]Tentandu Explicar…

Então…meu prof pedio pra genti fazer exercicio que calcule
a rota de um caminhão…sendo que o calculo teria que em classe separada!

dai eu criei; [/quote][/quote]

É que o GUJ está sendo invadido por uma horda de miguxos emos :smiley:

Falando sério…

Realmente, tem algumas mensagens que chegam a dar calos nos olhos, de tanto erro de protuguês. As pessoas esquecem que um dos elementos primordiais da cultura de uma nação é a sua língua. O que mais vemos hoje, principalmente entre os mais jovens, são analfabetos funcionais: pessoas que conseguem juntar as letras e formar frases e palavras, mas não conseguem interpretar um texto, por mais simples que seja.

E o que mais me incomoda a respeito deste problema aqui no GUJ é que não se trata de pessoas do interior do Amazonas, que nunca viram uma escola na vida. Pelo fato de utilizarem um computador e terem (um mínimo de) noção de programação, imagina-se que são pessoas que tiveram acesso a uma educação de razoável para boa. Não aprenderam porque não quiseram.

Pior são aquelas pessoas que usam “ão” quando o correto é “am”, muito comum no miguxês orkutiano, ex:

“Eles forão no…”, “Eles pedirão para…”

ao invés de:

“Eles foram no…”, “Eles pediram para…”

ou vice-versa: “Eles iram lá amanhã”.

Deve ser um novo tempo verbal: pretérito do futuro :slight_smile:

Thingol, não é evolução. É ignorância mesmo.

A explicação disso tudo é MUITO simples: Pergunte para qualquer uma dessas pessoas que escrevem errado (ou que estão “evoluindo” o Português) quantos livros elas lêem por ano…
Para escrever corretamente, é necessário leitura.

[quote=cassio]A explicação disso tudo é MUITO simples: Pergunte para qualquer uma dessas pessoas que escrevem errado (ou que estão “evoluindo” o Português) quantos livros elas lêem por ano…
Para escrever corretamente, é necessário leitura.[/quote]

i++

[quote=cassio]A explicação disso tudo é MUITO simples: Pergunte para qualquer uma dessas pessoas que escrevem errado (ou que estão “evoluindo” o Português) quantos livros elas lêem por ano…
Para escrever corretamente, é necessário leitura.[/quote]

Quantos livros em português elas leêm por ano. Eu leio muito, mas não em português.
Não vamos por a culpa na falta de leitura. Isso é uma desculpa esfarrapada. É a mesma coisa que dizer
“já te ensinamos a juntar as letras, agora é contigo”. O problema é que as pessoas não foram ensinadas direito. A primeira coisa que elas não foram ensinadas é ter orgulho em falar bem. As pessoas têm orgulho em não saber falar. Isso que é absurdo.

Até mesmo nos noticiários das várias Tvs é uma vergonha os erros que se ouvem. E isto são jornalistas, pessoas cuja profissão deve respeitar ,acima de tudo, a língua.

Quanto ao analfabetismo funcional , ele é o grande mal da atualidade e do futuro próximo. Mas enquanto ainda se luta por levar as crianças à escola não ha muito tem$po para levar as crianças a aprender.
Mais uma vez os jornalistas não fazem o seu papel. Por exemplo, uma coisa que me irrita profundamente é quando aparece algum popular falando na tv e escrevem “dona de casa” na descrição. Do tipo, a pessoa fala para o jornalista como ninguem ajudou o filho no hospital e por isso ele morreu. Em vez de aparecer “Mãe da vitima” aparece “dona de casa”. O que interessa que ela é dona de casa ? Isso seria importante se a reportagem fosse sobre profissões e não ajuda a entendem porque ela está irada.

Enfim, com jornalistas e politicos iliterados a des-evolução da língua portuguesa vai continuar.

P.S. O que mais me irrita é ouvir de pessoas que representam a defesa da língua portuguesa com o prof Pasquale que “Aberto de segunda à quinta” ou “Em exposição do dia 1 à dia 3” é correto porque foi incorporado como tradição verbal. Ora bolas, o errado não pode virar certo. “dois pastel” e “para mim entender” nunca estará certo em português. (Já agora o certo é sem acento nenhum porque não ha crase alguma. )

[quote=sergiotaborda][quote=cassio]A explicação disso tudo é MUITO simples: Pergunte para qualquer uma dessas pessoas que escrevem errado (ou que estão “evoluindo” o Português) quantos livros elas lêem por ano…
Para escrever corretamente, é necessário leitura.[/quote]

Quantos livros em português elas leêm por ano. Eu leio muito, mas não em português.
Não vamos por a culpa na falta de leitura. Isso é uma desculpa esfarrapada. É a mesma coisa que dizer
“já te ensinamos a juntar as letras, agora é contigo”. O problema é que as pessoas não foram ensinadas direito. A primeira coisa que elas não foram ensinadas é ter orgulho em falar bem. As pessoas têm orgulho em não saber falar. Isso que é absurdo.

Até mesmo nos noticiários das várias Tvs é uma vergonha os erros que se ouvem. E isto são jornalistas, pessoas cuja profissão deve respeitar ,acima de tudo, a língua.

Quanto ao analfabetismo funcional , ele é o grande mal da atualidade e do futuro próximo. Mas enquanto ainda se luta por levar as crianças à escola não ha muito tem$po para levar as crianças a aprender.
Mais uma vez os jornalistas não fazem o seu papel. Por exemplo, uma coisa que me irrita profundamente é quando aparece algum popular falando na tv e escrevem “dona de casa” na descrição. Do tipo, a pessoa fala para o jornalista como ninguem ajudou o filho no hospital e por isso ele morreu. Em vez de aparecer “Mãe da vitima” aparece “dona de casa”. O que interessa que ela é dona de casa ? Isso seria importante se a reportagem fosse sobre profissões e não ajuda a entendem porque ela está irada.

Enfim, com jornalistas e politicos iliterados a des-evolução da língua portuguesa vai continuar.

P.S. O que mais me irrita é ouvir de pessoas que representam a defesa da língua portuguesa com o prof Pasquale que “Aberto de segunda à quinta” ou “Em exposição do dia 1 à dia 3” é correto porque foi incorporado como tradição verbal. Ora bolas, o errado não pode virar certo. “dois pastel” e “para mim entender” nunca estará certo em português. (Já agora o certo é sem acento nenhum porque não ha crase alguma. )
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Não é desculpa esfarrapada. Para ler, é necessário apenas o básico que se aprende (na pior das hipóteses) até a terceira série do ensino primário. O fato do brasileiro não ler se deve à uma lamentável falta de cultura, a qual em grande parte é falha do própria brasileiro. Apesar de livros custarem caro no Brasil, quantos destes “assassinos” da Língua Portuguesa têm cadastro em bibliotecas públicas?
É muito mais fácil assistir jogo de futebol, cansa menos o cérebro atrofiado dessa gente.
Quer mais um exemplo? É absurda a quantidade de pessoas que vão ao cinema e preferem assistir ao filme na sala que apresenta o mesmo em sua versão dublada, porque diz que não gosta de ler as legendas…

Depositar a culpa em professores, políticos e jornalistas sim é desculpa esfarrapada. É ignorar que o brasileiro prefere levar tudo no jeitinho e não gosta muito de se esforçar. Me desculpe, mas neste caso não há bode espiatório…

A nível de inteligência, eu acho que o ser humano, enquanto pessoa, não foi bem educado.
O governo deverá estar estando revendo sua estrutura de ensino.

uhauhauahAUhuHAUhuhuhAuHAUhAUHAUHAuahuahuHAUhUAHAuahuhUHAuA

* não, não foi eu quem disse isso.

Não é condição sin qua non para escrever e ler bem* que se tenha cadastro em biblioteca, nem que se leia livros. Nem que sequer que se leia de forma continua (livros, jornais, legendas … não interessa o meio).
O que interessa é que a pessoa saiba ler e escrever. Ler ajuda, escrever também. Se vc está exigindo que todos tenhamos conta em biblioteca, deveria exigir tb que tenhamos um blog.
Não estou encontrando bodes expiatórios (com x e não com s), estou apenas dizendo que não forçando a leitura que se resolve, nem que ele é necessária para que se resolva. Ajuda? claro que ajuda. Tudo ajuda. Mas não é condição necessária.

  • Com escrever e ler bem quero dizer : escrever sem erros e entender o que se lê. Não necessáriamente escrever de forma erudita ou só ler poesia…

Pois é. Vc tem razão e eu concordo. Mas em Portugal não existem filmes dublados ( houve tempo que nem os infantis eram dublados) logo não ha escolha. A pessoa tem que ler. Aqui sempre ha escolha e a pessoa escolhe não ler. Esse é o problema. Ela não tem nenhum orgulho em saber ler , e portanto, não usa esse seu direito.
(Fora que a dublagem é uma forma de poluir a arte e a expressão do ator)

O que vc disse em relação ao brasileiro é verdade, mas essas pessoas que citou têm culpa sim. Têm culpa porque têm responsabilidade. Eles não são bodes expiatórios, são os responsáveis por não haver soluções para os problemas e, em parte, para que o problema se alastre.

A pessoa comum não tem noção da importância de ler e escrever bem. Por isso nunca procurará evoluir. Aquele que têm, ou ganham, essa noção fazem algo para mudar. O exemplo são os idosos que aprendem a ler e escrevem depois dos 60.

Sine qua non

Não existe nenhum comentário que esteja à altura desta “informação”.

[quote=wmitsuda]Pior são aquelas pessoas que usam “ão” quando o correto é “am”, muito comum no miguxês orkutiano, ex:
“Eles forão no…”, “Eles pedirão para…”
ao invés de:
“Eles foram no…”, “Eles pediram para…”
ou vice-versa: “Eles iram lá amanhã”.
[/quote]

Isso parece português arcaico, na verdade.
Antigamente se escrevia, por exemplo, “orpham” (órfão) e “fizerom” (fizeram);
é porque o som é o mesmo, só o acento é que cai em sílaba diferente.
No português moderno, se a palavra terminar com som de “ão” e for oxítona, deve ser escrita com “ão”, e se não for oxítona, deve ser escrita com “am”.
Quando as pessoas escrevem “pedirão” (no passado), em vez de “pediram”, é porque elas estão escrevendo arcaicamente e não sabem :stuck_out_tongue:

Outra coisa do português arcaico é essa abreviatura “ñ” para não.

Obrigado por corrigir meu “bode eXpiatório”

Ter cadastro em biblioteca foi apenas um exemplo, não uma regra. Quis apenas demonstrar que falar que as pessoas não tem acesso a livros não seria desculpa neste caso.

Concordo plenamente.

[quote=sergiotaborda]
O que vc disse em relação ao brasileiro é verdade, mas essas pessoas que citou têm culpa sim. Têm culpa porque têm responsabilidade. Eles não são bodes expiatórios, são os responsáveis por não haver soluções para os problemas e, em parte, para que o problema se alastre.

A pessoa comum não tem noção da importância de ler e escrever bem. Por isso nunca procurará evoluir. Aquele que têm, ou ganham, essa noção fazem algo para mudar. O exemplo são os idosos que aprendem a ler e escrevem depois dos 60. [/quote]

Talvez a culpa seja também dos políticos, mas por não oferencem escolhas para o povo na época das eleições. A culpa é dos políticos ou do povo que os elege? Na verdade tanto faz, em um país onde o voto é obrigatório e as pessoas deixam de votar no “ruim” para votar no “menos ruim”.
Não adianta, país que foi colônia de exploração trás em sua história os maus habitos do povo. Já vi diversos programas onde o governo enche a escola de livros e os mesmos ficam lá à toa a maior parte do tempo. Pergunte para alunos do ensino médio, tanto do ensino particular quanto público, se eles preferem assistir Malhação ou ler um livro. Você sabe qual será a resposa da maioria.
E o problema vai mais longe. Você disse q a pessoa comum não tem noção da importância de ler e escrever bem. Sim, isso é fato e suas causas são muitas. O pior é que o “pouco caso” com a nossa Língua Portuguesa também ocorre por parte dos jovens de classe média. Que o diga o Orkut e o Fotolog!

[quote=Dieval Guizelini]Não existe nenhum comentário que esteja à altura desta “informação”.

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Pelo menos o cara que escreveu isso não cometeu erros ortográficos, exceto pelo acento em “Michelangelo”… :stuck_out_tongue:

[quote=thingol][quote=wmitsuda]Pior são aquelas pessoas que usam “ão” quando o correto é “am”, muito comum no miguxês orkutiano, ex:
“Eles forão no…”, “Eles pedirão para…”
ao invés de:
“Eles foram no…”, “Eles pediram para…”
ou vice-versa: “Eles iram lá amanhã”.
[/quote]

Isso parece português arcaico, na verdade.
Antigamente se escrevia, por exemplo, “orpham” (órfão) e “fizerom” (fizeram);
é porque o som é o mesmo, só o acento é que cai em sílaba diferente.
No português moderno, se a palavra terminar com som de “ão” e for oxítona, deve ser escrita com “ão”, e se não for oxítona, deve ser escrita com “am”.
Quando as pessoas escrevem “pedirão” (no passado), em vez de “pediram”, é porque elas estão escrevendo arcaicamente e não sabem :stuck_out_tongue:

Outra coisa do português arcaico é essa abreviatura “ñ” para não.

[/quote]

Na verdade acho que boa parte do português deveria ser considerado arcaico…
As 74576 regras de acentuação só engordam as gramáticas e complicam a vida de maneira desnecessária. Há diversos tempos verbais que a norma culta reconhece e que são ensinados nas escolas, mas no fim ninguém usa. Por que fazer os alunos perderem tempo com isso ao invés de aprender coisas mais úteis? E os exemplos vão longe…
Acho a Língua Portuguesa desnecessariamente complexa. Claro, isso não é desculpa para os erros já apresentados neste tópico, já que muitos destes erros ocorrem sobre características básicas do idioma.

Jah ke sitarão os emos…

Vejão os link aseguir:
http://desciclo.pedia.ws/wiki/Emo
http://desciclopedia.org.br/wiki/Lista_de_Emisses

Vlw miguxus!

Obs: Eu sei escrever… Só estava de sacanagem! :slight_smile:

A língua inglesa também é complicada (principalmente sua ortografia), tendo tempos verbais esquisitos também, e nem por isso tem gente gritando para simplificá-la. Na verdade, cada vez mais ela ganha novas palavras, e novas variantes (ou você acha que o inglês que se fala na Índia é o mesmo que se fala na Irlanda?)

(É claro que sei que existe o “Simple English” - basta ir até http://en.wikipedia.org/wiki/Simple_English_language para pegar uma lista de artigos escritos em inglês simplificado) mas nem por isso eles querem que TODOS venham a usar o tal “inglês simplificado”.)

[quote=thingol][quote=Dieval Guizelini]Não existe nenhum comentário que esteja à altura desta “informação”.

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Pelo menos o cara que escreveu isso não cometeu erros ortográficos, exceto pelo acento em “Michelangelo”… :stuck_out_tongue:
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O verbo também foi conjugado em um tempo diferente…

“Os apóstrofos foram …” :lol:

Embora isso seja um assunto tabu no forum, vou só dizer que a culpa dos politicos serem ruins é de quem vota neles e de quem deixa que os outros votem neles. Os primeiros porque não têm vergonha daquilo que os caras vizeram no passado , ou acham - ineptamente - que o que eles fizeram é certo. Os segundos porque não têm vergonha dos primeiros.
Quantas ONG vc conhece que de dedicam a instruir as pessoas a votar ? Compare com quantas existem para dar de comer , tirar do vício ou ensinar a ler.
É um ciclo viciado. Os politicos não melhoram se a educação não melhora e a educação não melhora pq não convêm aos politicos. Eles são covardes demais para dar esse passo que os pode tirar de lá.

Essa é outra desculpa sem sentido. Portugual nunca foi colônia e tb tem os mesmos problemas relativamente ao ler e escrever ( e ao votar). O fato de ser colônia não tem nada a ver com nada.