Google diz: "Não queremos especialistas"

A revista info dese mês fez uma entrevista com Walfredo Cirne, professor paraense e engenheiro de software do google.
Ele conta como é gerenciar os servidores e que tipo de profissional a empresa procura.

A Revista INFO perguntou a Walfredo:
“O que é preciso para trabalhar numa equipe com a sua?”

[quote]O candidato deve entender o aspecto conceitual da computação. muito mais que as tecnologias. Se ele investe num assunto em particular, como uma linguagem de programação, por exemplo o conhecimento se torna perecível, menos útil.
Não estamos interessados em superespecialistas. O profissional mais apropriado para trabalhar no GOOGLE é aquele que entende profundamente de banco de dados e de computação paralela. Para trabalhar aqui é preciso cursar boas universidades e ter pós. mestrado e doutorado. Isso se alinha com a compreensão da computação. [/quote]

O que acham?
Ainda não tive oportunidade de ler a matéria completa, porém, não concordo com a citação dele e acho estranho a resposta de um engenheiro de software soar como a resposta de um porta voz da Google.

Que respostazinha hein…

Mas é verdade oras. Linguagem de programação é apenas uma ferramenta. O que importa é o known how, até porque é com ele que projetos são desenvolvidos.

Pra deixar claro que eu não concordo com a seguinte afirmação:

[quote=phil.leroy]Pra deixar claro que eu não concordo com a seguinte afirmação:

Porque?

juliocbq

Não acredito que cursar boas faculdades, ter pós e mestrado se resuma a ser um bom profissional na área de computação, ou que a compreensão da computação se resuma a essas coisas. Aquela velha discussão. Como disse, não li a matéria completa, mas ao que me parece, o entrevistado dá muita ênfase a isso.

O cara esta certíssimo, uma vez que a Google mais produz tecnologia do que consome!!

[quote=phil.leroy]Pra deixar claro que eu não concordo com a seguinte afirmação:

Fazendo este pré-filtro ele consegue eliminar 100% dos picaretas que existem no mercado, entretanto isto “não significa” que o cara seja bom. Mesmo por que, quem estuda demais acaba ficando com uma carga muito teórica e não consegue aplicar muita coisa na prática.

[quote=phil.leroy]Pra deixar claro que eu não concordo com a seguinte afirmação:

Por coincidência, essa semana eu estava tratando justamente disso na definição do processo de seleção e a conclusão que chegamos é parecida: não pretendemos contratar um especialista, mas alguém com base teórica forte, com melhores chance de se adaptar a tecnologias novas que surgem. E o primeiro critério da escolha é justamente esse: boas universidades e ter uma pós ou mestrado.

Mas cada caso é um caso, cada empresa é preciso um determinado perfil, não generalizemos pra nenhum lado.

[quote=Giulliano][quote=phil.leroy]Pra deixar claro que eu não concordo com a seguinte afirmação:

Fazendo este pré-filtro ele consegue eliminar 100% dos picaretas que existem no mercado, entretanto isto “não significa” que o cara seja bom. Mesmo por que, quem estuda demais acaba ficando com uma carga muito teórica e não consegue aplicar muita coisa na prática.[/quote]

Concordo! Porém acho que eliminar automaticamente profissionais que não possuam já uma boa graduação, ou um excelente mestrado, pode fazer com que se percam bons talentos que precisam de oportunidades.

É um time de futebol querer contratar um jogador de 17 anos que já seja profissional do Real Madrid.

[quote=phil.leroy][quote=Giulliano][quote=phil.leroy]Pra deixar claro que eu não concordo com a seguinte afirmação:

Fazendo este pré-filtro ele consegue eliminar 100% dos picaretas que existem no mercado, entretanto isto “não significa” que o cara seja bom. Mesmo por que, quem estuda demais acaba ficando com uma carga muito teórica e não consegue aplicar muita coisa na prática.[/quote]

Concordo! Porém acho que eliminar automaticamente profissionais que não possuam já uma boa graduação, ou um excelente mestrado, pode fazer com que se percam bons talentos que precisam de oportunidades.

É um time de futebol querer contratar um jogador de 17 anos que já seja profissional do Real Madrid.[/quote]

Nisso eu também concordo. Mas a google é um empresa que possui um departamento de pesquisa de tecnologia descomunal. Os profissionais são aqueles que pesquisam novas tecnologias, e não aqueles que implementam soluções. Não adianta colocar especialista em linguagem ou qualquer outro, porque não é o perfil da google. Eles querem profissionais que desenvolvam pesquisas em determinadas áreas e criem novos projetos.

Respondendo o seu outro post, é impossível ter know how adequado em determinadas áreas sem um estudo profundo nelas. É muito mais prático encontrar isso em quem já desenvolveu projetos de pesquisa e artigos(ou seja Mestrado e Doutorado).

A maioria dos profissionais formados em ciência da computação ou outra área correlacionada não sabem nem o que é um “filtro isotrópico”. Isso é básico em qualquer curso de computação. Imagina sem estudar nada.

[quote=wellington.nogueira]A dificuldade está em mensurar o que é uma boa faculdade. Na generalidade, boa faculdade = faculdade de renome (não necessariamente boa).

Porém, concordo com a posição deles.[/quote]

A boa faculdade, no entendimento do Google, é aquela que gera conhecimento, tem pesquisas relevantes, tem um programa de mestrado e doutorado. As que somente produzem profissionais apertadores de botão e arrastador de mouse, esses com certeza o Google não quer.

Isso é bem verdade para o mercado em geral. Existem excelentes profissionais, que estudam pra caramba e trabalham muito bem, sem uma formação acadêmica forte, alguns até mesmo auto-didatas.

Mas quando se fala em pesquisa e produção de novas tecnologias aí é preciso um conhecimento além daquele do “cidadão comum” da área de TI. O que pega é mesmo uma base acadêmica forte.

Citando meu próprio exemplo: me formei em outra área, a maior parte do meu conhecimento em computação é auto-didata. Embora goste de estudar e me dedique bastante a isso, provavelmente não terei o conhecimento necessário para essas tarefas mais casca-grossa. Embora não me orgulhe disso ( :frowning: ) sei que nunca vou ter tempo nem disciplina para devorar livros inteiros de algoritmos, processamento de sinais ou inteligência artificial, por exemplo… isso pra ficar no básico.

Como foi dito antes, existe o mundo de quem produz tecnologia e o de quem consome. O perfil do profissional de ambos é bem diferente.

Eu acredito que um auto-didata consiga esse conhecimento, mas tem que gostar muito. Duas pessoas que conheço são assim, mas é raro achar. Então no final das contas não acho que a google esteja errada de procurar mais no setor acadêmico.

Um profissional auto didata, mas sem o perfil pedido, dificilmente iria querer trabalhar no google. Ele está certo em filtrar.

[quote=wellington.nogueira]A dificuldade está em mensurar o que é uma boa faculdade. Na generalidade, boa faculdade = faculdade de renome (não necessariamente boa).

Porém, concordo com a posição deles.[/quote]

Pra verificar as boas faculdades é moleza, é só ver a média das notas dos alunos no POSCOMP.

Fora professores, estrutura, pesquisa, publicações, etc.

Ok, o google contrata mais mestres ou doutores, mas será que o que o google paga por esses especialistas, um salário acima
do que se encontra no mercado de TI ? O ideal seria que sim.

Contratação é uma via de mão dupla, ambos tem que sair ganhando. Eu lembro de 2 relatos de 2008 de ex-funcionarios do google que sairam
porque o salário era inferior ao do mercado.

Sinceramente eu não sei o valor que o google paga na média hoje em dia, mas será que valeria a pena diminuir e muito a sua pretensão salarial só para ter um crachá do google ?

Discordo. Se tem uma coisa que o POSCOMP não mede é qualidade de instituição. Todo ano a prova é feita por uma equipe, sempre diferente, e cada uma puxa sardinha pro seu lado (da instituição de origem).
Há dois ou três anos atrás, quem fez a prova foi uma instituição de São Paulo (quem quiser o nome, me peça por MP, não quero sujar o nome de ninguém). Metade da prova era processamento de áudio e vídeo, coisas que nem todas as instituição dão tanta ênfase - ao contrário deles, que puxam forte nisso. Mandaram benzaço.
No ano anterior, a prova havia sido feita por uma equipe de professores de duas universidades, uma aqui de SC, outra do RS. A faculdade acima (quase) mencionada teve desempenho 2 pontos abaixo da média nacional.
POSCOMP é caça-níquel tanto quanto a maioria dos concursos públicos.

E por favor, não se ofenda - até pq fugi bastante do tópico - mas eu não quis deixar passar a opinião.

Abraços!

PS: eu concordo com o fulano do Google. Sem mais! o/

[quote=leoramos][quote=andreiribas]
Pra verificar as boas faculdades é moleza, é só ver a média das notas dos alunos no POSCOMP.
[/quote]
Discordo. Se tem uma coisa que o POSCOMP não mede é qualidade de instituição. Todo ano a prova é feita por uma equipe, sempre diferente, e cada uma puxa sardinha pro seu lado (da instituição de origem).
Há dois ou três anos atrás, quem fez a prova foi uma instituição de São Paulo (quem quiser o nome, me peça por MP, não quero sujar o nome de ninguém). Metade da prova era processamento de áudio e vídeo, coisas que nem todas as instituição dão tanta ênfase - ao contrário deles, que puxam forte nisso. Mandaram benzaço.
No ano anterior, a prova havia sido feita por uma equipe de professores de duas universidades, uma aqui de SC, outra do RS. A faculdade acima (quase) mencionada teve desempenho 2 pontos abaixo da média nacional.
POSCOMP é caça-níquel tanto quanto a maioria dos concursos públicos.

E por favor, não se ofenda - até pq fugi bastante do tópico - mas eu não quis deixar passar a opinião.

Abraços!

PS: eu concordo com o fulano do Google. Sem mais! o/[/quote]

leoramos,

o POSCOMP pode não ser perfeito, mas é o que temos.

Pelas situações que você apresentou, só uma ou duas universidades levam vantagem a cada ano, o resto se f* do mesmo jeito.

Concordo que muitas questões da prova são f* mesmo, com conteúdo mal distribuído, mas estatisticamente, se você teve uma boa base em uma boa faculdade, você vai se virar e conseguir pelo menos ficar na média.

Tem o famigerado ENADE, também, que eu costumo brincar que mede “o quão burro você entra e quão maluco você sai”. Mas é por amostragem, nem todos fazem.
Como o POSCOMP faz quem quer - e paga por isso - geralmente o pessoal que faz é - imagino eu - mais preparado, então olhando por esse ponto, tens razão, Andrei.

Abraço!