Sem acordo, profissionais de TI ameaçam greve
Trabalhadores de TI (Tecnologia da Informação) estão prestes a paralisar as atividades, caso a classe patronal não ofereça acordo que atenda às reivindicações da campanha salarial deste ano.
“Se não houver acordo adequado para os trabalhadores, coerente com o faturamento das empresas do setor, nós seremos obrigados a fazer o primeiro apagão da tecnologia do Estado de São Paulo e do Brasil. O sindicato patronal precisa saber que estamos caminhando rumo à paralisação”, afirma o presidente do Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores de Tecnologia da Informação), Antonio Neto.
Ontem, durante o período da manhã, o sindicato realizou manifestação em frente ao sindicato patronal - com a presença de cerca de 500 trabalhadores - no mesmo momento em que os empresários se reuniam em assembleia para definir posicionamento diante das reivindicações dos trabalhadores e um possível dissídio coletivo.
NA REGIÃO - Uma equipe do sindicato esteve, inclusive, na HP/EDS, situada no bairro Taboão, em São Bernardo, onde distribuiu material informativo sobre a negociação salarial e conversou com trabalhadores da empresa, esclarecendo dúvidas e ouvindo sugestões.
REIVINDICAÇÕES - Com data-base em 1º de janeiro, a categoria aguarda desfecho das negociações, que até o momento estão, praticamente, estagnadas. O Sindpd solicita 11,9% de aumento salarial, PLR (Participação nos Lucros e Resultados), auxílio-refeição de R$ 15 por dia e ampliação de pisos.
Enquanto que o sindicato patronal oferece 6,47% de reajuste, que é apenas a reposição da inflação, e refuta todas as outras exigências.
“Esperamos que as manifestações que estamos realizando colaborem para que os empresários proponham acordo que supra as necessidades dos trabalhadores. O que tudo indica é que teremos novidades na próxima semana. Estamos abertos para dialogar com a classe patronal, a qualquer momento”, enfatiza o presidente do Sindpd.
BASE - A decisão atinge cerca de 90 mil profissionais no Estado de São Paulo, nas mais de 7.800 empresas, que concentra quase metade da categoria no Brasil.
O Grande ABC corresponde a 15% do total, aproximadamente, o que representa 13,5 mil trabalhadores. Desse total, cerca de 3.500 funcionários são contratados pela HP/EDS.
Fonte: por Tauana Marin, publicado no jornal Diário do Grande ABC