De tempos em tempos eu fico imaginando como seria arquitetar uma nova linguagem de programação, o que eu gostaria de colocar nela, o que gostaria que ela não tivesse, etc.
Sempre chego num ponto: sobre a liberdade do programador em fazer o que quiser.
O meu primeiro contato com uma linguagem de programação de verdade foi com Pascal, e fiquei com um pouco de raiva dela por ser tão estrita, tão amarrada, tão chata de programar (e sim, eu reconheço e aprovo os motivos por ela ser assim).
O segunda linguagem foi C. Adorei por ser o oposto de todos os motivos acima. “O pé é meu e eu atiro nele se quiser”. E, é claro, que de lá pra cá já perdi vários, incontáveis pares de pés por causa disso.
Isso foi há vários anos, em tempos de faculdade, sem muito compromisso.
Hoje já vejo outras facetas do problema/desafio de se trabalhar com uma linguagem de programação, em criar e principalmente manutenir um código que milhares de pessoas dependem dele. Tanta liberdade pode se tornar um problema nas mãos erradas.
Erradas digo não daqueles que transformam liberdade em libertinagem, claro, eles também, mas erradas como nas mãos de inexperientes, daqueles que podem fazer besteira, ou mesmo tomar decisões não-ótimas.
Você se sentiria responsável pelas besteiras que os programadores podem fazer com a sua linguagem? Você tentaria proteger as crianças de características feitas para os adultos? Essa proteção faz parte da estratégia de público alvo?
Pelo que ouvi dizer, o Gosling falou que se pudesse voltar no tempo, ele tiraria o suporte de herança do Java, já que com composição dá pra ter o mesmo com menos riscos.