[quote=drsmachado][quote=Ruttmann]Cara, não sei se você estuda em escola pública ou privada…
Porém se é pública, é uma palhaçada a IBM querer fazer entrevista em Inglês. :lol:
Não deve ser não cara. Aqui onde estou estagiando também só se fala Inglês e Alemão, mas nem por isso minha entrevista foi em um desses idiomas. Que aliás, domino só o Inglês, Alemão eu nem arranho…
:lol: [/quote]
Palhaçada?
Se você fosse a IBM, iria querer um profissional incapaz de conversar com os outros funcionários, geralmente de fora, por não speak english?
Eu vim de escola pública, fiz minha graduação em uma instituição privada com bolsa de 100% do governo (PROUNI) e, se não fosse isso, ainda seria um mero help desk. Só que, desde a 5ª série eu sempre me dediquei ao idioma bretão (vulgo inglês). Posso dizer que sou autodidata e, embora não seja fluente, consigo manter uma conversação razoável e uma escrita mediana, já a leitura é bastante avançada.
O problema da maioria das pessoas é pensar que só por que nasceu na periferia, de família pobre, não pode evoluir.
Alguns exemplos:
Joaquim Maria Machado de Assis: Era “moreno”, filho de pai branco e mãe negra. Aprendeu a ler e escrever sozinho. Creio que você já tenha ouvido falar dele.
Senor Abravanel: De família humilde, sempre teve garra e determinação, além de visão de negócios. Só se tornou o maior ícone da TV brasileira de todos os tempos. Também conhecido por Sílvio Santos.
Miguel Krigsner: Era um simples judeu, que havia acabado de terminar a faculdade de farmácia e decidiu pegar a batedeira da mãe para abrir uma farmácia de manipulação no centro de Curitiba (numa rua das mais mal afamadas). Se você ouviu o nome “O Boticário” nos últimos anos, pode ter certeza que aquela farmaciazinha deu certo.
Joaquim Bendito Barbosa Gomes: Negro, filho mais velho de um total de oito, de pai pedreiro e mãe dona de casa, tornou-se o responsável pela famíla quando os pais se separaram. Se quiser saber mais, leia aqui
A incapacidade de fazer algo existe apenas dentro de nós. Eu fui convidado várias vezes a ser avião, a puxar carro, a maquinar o pessoal. Não aceitei por que fui bem educado, por ter um objetivo (que foi desvirtuado, mas tudo bem). Talvez hoje estivesse morto, preso ou sei lá.
Além disso tudo, eu acredito que iniciativas como esta da IBM não deveriam ser entendidas como algo desrespeitoso (já vão pedir cotas para homossexuais, negros, deficientes e não falantes de inglês), mas, como um incentivo.
Desafiar o ser é criar nele o ímpeto de ir atrás de algo, de melhorar. Cabe a cada entender o desafio e correr atrás do prejuízo. Ainda mais se os pais não puderam dar.[/quote]
Concordo com você colega, em todos os aspectos.
Também estudei minha infância e adolescência inteira em colégio público. Tenho grande conhecimento em Inglês(não fluente ainda, mas estou trabalhando nisso), e não foi por conta das aulas de Inglês do colégio, tanto que já mandei até professor incompetente embora de um colégio que estudei(liderei um movimento interno cobrando competência do professor naquela época, e o que restou foi o coitado ir embora)…
Porém quero salientar pra galera o que essas empresas fazem. É muito fácil pegar um adolescente sem rumo de um colégio público, mandar ele se esforçar pra aprender Inglês e pagar uma mixaria.
É uma ótima iniciativa da IBM, eu apoio, desde que se tenha referência pra fazer esse tipo de coisa. E cá pra nós, sabemos que aqui no Brasil nenhum aluno de escola pública sai conversando em Inglês do ensino médio.
É fácil sair do país de origem, ganhar autorização do governo pra poder explorar o povo ludibriado pelo mercado de TI. Quem está de fora acha tudo bonito, quem está dentro não sabe o que fazer pra situação melhorar…
Tá cheio de empresa de fora vindo pra cá pra explorar o pessoal, não só na área de TI(vide mercado de automóveis) que se aproveita pra explorar o pessoal. Ainda mais que TI é uma área não regulamentada no país, o que faz crescer o olho mais ainda do pessoal de fora…
A fábrica da Chevrolet em São Bernardo. O pessoal do sindicato começou a se movimentar e a fábrica começou a mandar alguns pra rua, e assim vai indo. Espero que no mercado de TI não aconteça isso, espero mesmo…
Deve ser ótimo trabalhar na IBM, e realmente o Inglês é indispensável. Mas vejo que algumas empresas não querem profissionais, eles querem alguém que se contente com um salário mais ou menos e que seja um Code Monkey.
Por culpa deste tipo de “profissional” que alguns sofrem exploração, e os últimos interessados em mudar essa situação são as grandes empresas…
Não estou generalizando nem dizendo que na IBM é assim, estou apenas expondo um olhar crítico acerca dessa situação, quero fazer o pessoal pensar a respeito. Não só pensar na maravilha de trabalhar em uma grande corporação, mas pensar também na justiça e pesar se é justo o cargo que tem com o tanto que ganha…