O que o pai do RUP tem a dizer sobre Métodos Ágeis!?

Eh, parece que o pessoal que faz desenhinhos de processos de software está com os dias contados…

http://www.parleys.com/display/PARLEYS/Enough+Process%2C+let's+do+some+practices?showComments=true

Aproveitando, o que vcs acham dos famosos “Escritórios de Projeto” nessa história !?

Abraço.

“Who loves process?”

RUP, já vai tarde…

[quote=jcvijr]“Who loves process?”

RUP, já vai tarde…[/quote]

Segundo o Jacobson, vai ser em breve: “uns 10 a 20 anos, 30 quem sabe…”.

Gostei da palestra, mas , no final, fiquei com uma certa sensação de que, se eu passar a adotar - praticar ? - o EssUP, acaberei caindo em outra metodologia. O conceito fundamental, no entanto, parece-me correto - catalogar as melhores práticas de forma que um projeto em particular possa usar o conjunto que for mais adequado no contexto.

Hmm. Nada como ser consultor: falar o óbvio e ganhar uma boa grana por isto ;^). Acho que se eu fizer um levantamento aqui no GUJ mesmo em tópicos do tipo “o que é melhor, X ou Y ?”, a resposta típica será “depende”. Com o EssUP, seus problemas acabaram ! É claro que ainda será necessário escolher quais práticas serão utilizadas em um determinado problema… ops.

O EssUP promete ser uma mina de ouro para os consultores de processo: agora eles podem entregar uma metodologia vazia, entregar um catálogo de práticas e dizer “pegue as que gostar mais”. É uma bela sacada, pois quem contratou a consultoria de processo poderá dizer “implantei EssUP com sucesso !”. E será um sucesso duradouro ! Se um projeto ou outro der errado, a culpa será do “mix” de práticas, não do processo. Mais ou menos como ir num quilo da vida: os pratos individuais podem ser ótimos, mas, se você resolver misturar feijoada com sashimi é problema seu.

Falando sério, vejo como positiva a mudança do enfoque que o EssUP propõe, e ela será ouvida por vir de quem vem. No entanto, me parece que o ganho real só se dará na medida em que os tais “agentes” forem se tornando realmente inteligentes. O último slide mostra o logo de uma empresa ao lado da caixinha destes agentes (que se parecem incrivelmente com os “advisors” de jogos como o SimCity e Civilization). Acho que vale uma visita…

Enquanto isto não for realidade, o sucesso ou fracasso de projetos continuará a depender muito mais das pessoas envolvidas do que de qualquer outro fator. Lembrem-se: software ainda é artesanato comparado a outras atividades humanas.

[PS: Meu humor não está dos melhores hj. Se o post acima lhe pareceu meio carregado demais de cinismo/ceticismo, ignore-o]

O Jacobson já defende esse posicionamento a algum tempo. Quer saber porque? Pelo simples fato que o mercado é burro demais para entender processos de software. Como dar soco em ponta de faca machuca, me parece que o Jacobson decidiu voltar para o beabá.

O que o Jacobson tem a dizer sobre agilidade está num paper de 2002:

http://www.ivarjacobson.com/resources/module/publications_action-download/file_id-89/

(precisa informar o mail)

Não se engane. O fato das pessoas aplicarem errado não significa que o método é errado. O RUP pode ser ágil. O RUP pode ser leve. O RUP pode até ser melhor que o XP dependendo da ocasião.

O que os três amigos fizeram no início dos anos 90 foi um feito notável que mereçe respeito. Particularmente o Jacobson é um dos nomes mais influentes sobre processos de software na minha opinião. Segue um importante pensamento:

“It is easy to make a good process measurable, but it is hard to make a measurable process good”. Dr. Ivar Jacobson

Tanto que ele fala na palestra que os livros que ele escreveu não foram “compreendidos”, então agora ele precisa passear por aí dando palestras pra ensinar como realmente funciona a coisa.

Por outro lado, ele fala que há algo de “novo” aparecendo e que a aboradagem do RUP de desenhar cada processo, atividade e etapa do processo de software está ultrapassada. Boas práticas introduzidas iterativamente em projetos levam a bons processos…