Olá pessoal, curso ADS em uma faculdade particular(iniciando 2 sem) e gostaria de dicas de quem já faz faculdade.
O que vocês fariam se tivesse começando agora?
Queria saber tbm se Iniciação Cientifica agregaria algo para entrar na área?
Obs: Gosto da área de front-end.
Caso alguém que pensa em fazer facul esteja lendo, vou listar os benefícios que achei até agora:
Muitas vagas pedem curso superior (pelo menos foi o que vi aqui na Bahia).
Palestras com profissionais da área.
Contato com outras pessoas que estão iniciando.
Vale pontos caso queira trabalhar/morar no exterior.
Se vc já é experiente, tem mais alguma vantagem??
Sei que são muitas perguntas, mas talvez seja a dúvida de outros tbm… Desde já agradeço pela atenção.
Infelizmente isso depende muito da localidade, eu aqui nos EUA sem ensino superior, fui aceito para um programa de aperfeicoamento e preparacao de engenheiros de softwares, acabou que a minha concorrencia ja na classe de aula eram alunos formados de Harvard, Stanford, MIT, Berkeley, e o programa era o mais concorrido dos EUA na epoca.
Acabou que o programa finaliza e eu sou o primeiro a arrumar emprego.
Em conclusao, a diferenca entre eu e os alunos a minha volta era que quando dava a hora de ir embora, todos iriam festejar e para as suas mansoes descansar enquanto eu virava a noite tentando aprender e aperfeicoar o meu trabalho. Se voce consegue aprender por conta propria e coloca o esforço diario naquilo que quer conquistar, no final isso fara toda a diferenca para voce.
Uma pena que empresas brasileiras esperam um diploma para poder te dar uma chance!
Sou programador senior e não tenho faculdade.
Sou mais rodado que azeitona na boca de banguela.
Aqui no Brasil já tive e tenho dificuldades quando eles pedem curso superior, mas quando mostro aquilo que já fiz e faço a maioria leva em conta.
Agora quando se trata somente do programa de computador ninguem nunca me perguntou se fiz faculdade.
A verdade que já dei aula particular pra muitos formandos de faculdade. Engraçada a vida né !!!.
Mas pra arrumar emprego na are de TI com faculdade torna-se melhor selecionável.
Só faculdade não garante que você seja um bom profissional, existe o esforço pessoal também, mas ajuda a dar uma base. Acho que bons profissionais sem faculdade são mais exceção do que regra.
“Arrumei emprego antes que o pessoal de Harvard, Stanford, etc.” arrumar consegue, a área tem demanda e está aquecida, mas eles com certeza arrumaram também, pelo menos por conta do nome da universidade, que nos EUA conta também assim como aqui. Se não contasse não existiriam rankings e eles não seriam levados em consideração. Querendo ou não isso estabelece um patamar mínimo de formação na área, você é obrigado a absorver algum conhecimento, é avaliado por isso, e esse aprendizado segue uma sequência lógica, é mais estruturado, acredito que isso permite um aprendizado melhor.
O conhecimento da faculdade (e cuidado para não pegar uma caça-níqueis) pode não ser a última moda em tecnologia mas são fundamentos que têm valor no longo prazo. Ele se desatualiza, mas se desatualiza mais devagar. É uma questão de timing, focar os anos da sua vida que seu cérebro absorve melhor as coisas nos fundamentos e não em tecnologias passageiras que resolvem problemas pontuais. Não é uma dicotomia, você pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo, isso por um lado pode causar confusão mas por outro faz você se interessar em aprofundar os fundamentos quando enfrenta um problema envolvendo a tecnologia que acha interessante.
O que acontece muitas vezes é o cara querer usar o framework da moda (que ele ouviu falar da Internet; muito cuidado com isso, os mais novos contam muito com o comportamento de manada para tomar decisões, ele até pode funcionar porque tem a capacidade de se autocorrigir com o tempo, mas é sujeito a hype e muitas vezes existe um delay considerável na autocorreção), aí ele usa a ferramenta errada para o contexto, por exemplo MongoDB para dados tipicamente relacionais ou JQuery quando poderia usar JavaScript puro (é só um exemplo, sei que JQuery está defasado, não sou especialista em web), ou então enfrenta problemas porque não conhece a base das requisições web que é o protocolo HTTP, não sabe que por baixo dele existe o TCP que fornece certas garantias à transmissão de dados e não outras, enfim, não sabe a base. Isso quando não aprende a copiar e colar código da Internet que não sabe como funciona, precisa adaptar para o que ele precisa e ele não sabe fazer isso.
Programar é resolver problemas e o conhecimento da faculdade te dá uma base para resolver os mais difíceis. Você não tem como se dar ao luxo de escolher os problemas que vai enfrentar em programação, um dia enfrentará problemas mais cabeludos e esse conhecimento fará falta.
Então está aí outra vantagem da faculdade na minha opinião.
Concordo que iniciação científica é mais para carreira acadêmica e não deveria ser feita por fazer e sim se você tem afinidade com a área em questão para complementar a sua formação, mas pode impressionar um avaliador, assim como a participação em uma empresa-júnior ou outra atividade extra-curricular. Tudo conta: suas notas, sua formação, bons cursos, certificações bem avaliadas pela indústria, inglês para comunicação escrita, etc., principalmente se existe uma consistência no percurso todo. Nos EUA é ainda pior, até seu desempenho no primário conta (no meu tempo pelo menos se chamava primário :P). Isso porque seu rendimento inicial prediz com alto grau de acerto o seu rendimento posterior.
P.S.: Já que o autor da pergunta tocou no assunto mercado exterior, tenho pouco conhecimento dele mas já ouvi falar que a exigência em formação pode ser maior que aqui, então quem faz curso só de tecnólogo recomendo ir atrás de se informar se isso é suficiente mesmo.
Interessante perspectiva, mas eu irei corrigir alguns tópicos que eu acho que seja relevante para outras pessoas no futuro.
Como eu havia falado, depende da localidade, mas vamos la.
Nem Facebook, ou Amazon ou Netflix, Apple, nem Google, ou Airbnb e Twitter exigem curso superior, pelo menos não aqui nos EUA para engenharia de softwares e várias outras áreas de CS.
A verdade é um pouco diferente, San Francisco está cheio de gente dessas universidades, no final é a sua força de vontade que te coloca pra dentro da empresa. Exemplo eu conheci uma aluna formada da Columbia University muito inteligente, e acabou que desistiu de procurar emprego em engenharia pois gostaria de voltar a fazer outro curso e seguir uma vida acadêmica, conheci outro rapaz de Harvard, também desistiu para ir para Cambridge fazer especialização. Outro aluno de Harvard também que apesar de ser formado em Fisica, não estava conseguindo arrumar emprego como Software Engineer. Ou um outro aluno de Stanford já com mestrado em CS que também demorou mais de 1 ano para arrumar emprego pois estava com dificuldades de se comunicar em inglês.
Imagino que você esteja certo na questão do peso que a sua faculdade pode carregar na hora de fazer uma decisão se irão lhe convidar para uma entrevista, e eu nem cogitaria essa opção como sendo 100% de verdade, pois se você tem 0 projetos adicionados no seu portfólio o que no mundo de hoje é praticamente inaceitável que um entry level tenha 0 projetos trabalhados, aí não importa se você veio da Universidade de Marte, raramente você terá uma oportunidade, mas uma coisa que notamos muito durante o processo de avaliação é que não importa de onde você veio, se você conseguir passar pelas entrevistas técnicas voce nao tem o que se preocupar, temos milhares de startups que estão adotando a mesma medida das empresas estabelecidas no mercado e estao lhe avaliando apenas pela sua capacidade intelectual e não de onde você veio. Inclusive a parte da entrevista é algo que ninguem consegue resolver completamente. Vamos deixar a faculdade de lado e apenas focar nos resultados da entrevista, às vezes pode haver o que chamamos de fluke onde o candidato se sai muito bem na entrevista mas no campo de trabalho a sua performance é marginal.
Tenho respeito por quem faz faculdade, mas não aconselho para qualquer pessoa que eu converso pois no século XXI não são todas as profissões que exigem um curso superior, inclusive nos eua onde você tem que pagar para estudar em faculdades a não ser que você seja um dos sortudos que consegue bolsa parcial ou integral e além disso ser avaliado pelos resultados alcançados durante toda a sua trajetória acadêmica para poder frequentar as universidades e é por isso que as gigantes da tecnologia deixaram essa regra para trás, pois estavam deixando de adquirir talentos apenas pelo fato de não terem seguido um aprendizado tradicional. Um problema grave nos EUA é a questão do student loan que você faz para poder estudar e que no final voce fica 10, 20, 30 anos tentando pagar e não consegue devido ao juros acumulado, existem tantos problemas com a vida acadêmica nos EUA, que a expansão das empresas para as pessoas que são intelectualmente capazes de alcançar uma performance alta independente da sua formação acadêmica fez um grande impacto na linha de trabalho, e para o melhor na minha opinião.
No entanto, eu gostaria de enfatizar que recém graduados são de extrema importância para empresas de alto padrão, e que os dois casos são bem recebidos no mundo de hoje aqui na Bay Area.
Os alunos que estudaram comigo e acabaram arrumando emprego não foi por causa da sua formação, e sim por causa da sua força de vontade, pois como eu havia dito, a sua formação pode te levar apenas ate um certo level. Depois disso é cada um por si.
Também existe a área em que uma faculdade faz mais sentido, se voce eh um médico ou trabalha com foguetes, ou um advogado…ai sim, claro. Mas CS tem tantas areas que voce tendo uma base acadêmica seria boa para transicionar de uma área para outra, mas na minha experiência eu tenho visto que um profissional raramente faz essa transição horizontal, o crescimento é mais vertical na area que voce ja tem experiencia e mais a contribuir.
Por último eu gostaria de listar que organizações como freecodecamp ou udacity ou khan academy ou codecademy e varias outras instituicoes de aprendizado online (inclusive MIT e Harvard) tem programas gratis para ensinar qualquer individuo o basico, intermediário e avançado de CS para voce entrar no mercado de trabalho sem se preocupar com a sua formação acadêmica. Ai voce nao precisa de se preocupar com a sua dívida de 60 mil dólares quando finalizar a sua faculdade e ter que passar 1 ano procurando emprego e ir trabalhar de vendedor no BestBuy pois você precisava de algo rápido e as contas começaram a chegar. Invista os 4 anos de estudo em você através dos programas GRATUITOS que já existem e salve para você e a sua sanidade mental os 60 mil dolares que voce nunca conseguirá recuperar.
Não quis de forma alguma desmerecer o esforço pessoal. E concordamos desde o começo que faculdade só leva até certo ponto.
Minha visão do mercado norte-americano está defasada então. Sou do tempo que para entrar na Google, Amazon, etc. diziam que tinha que demonstrar nível de campeão de Olimpíada da Informática, demonstrar desenvoltura com árvores, grafos, algoritmos etc.
Um motivo comum de fluke era não fazer teste de programação na entrevista, imagino que as empresas tenham aprendido isso já.
Da mesma forma que faculdade pode não ser para todo mundo, aprender sozinho por conta pode não ser para todo mundo, e curso remoto em vez de presencial pode não ser para todo mundo. É como esse pessoal que insiste em empurrar Linux para geral.
Tem que saber aprender e estar disposto a não pular etapas, nem todo bem-intencionado sabe disso.
Falando de Brasil, o que as empresas falavam até um tempo atrás é que existe muito mais oferta do que procura só que essa oferta é especializada, falta gente capacitada para coisas específicas. E a forma que eu vejo para de chegar nesses conhecimentos é a estruturada, sem pular etapas. O outro lado também existe, tem muita oferta de emprego exigindo conhecimentos irreais por aí.
Pelo menos para o estudante brasileiro médio, fazer curso gratuito online do MIT ou Harvard é fora da realidade. O cara não aprende inglês para consultar uma documentação de API ou resolver um erro do compilador, vai querer acompanhar aula online conceitual em inglês? Se pudesse seria ótimo, tem muito material bom em inglês se souber procurar, não em curso de Udemy que qualquer gaiato pode publicar um vídeo. Informação tem aos montes, tem que saber filtrar.
Sou meio cético quanto a esses Khan Academy da vida, pelo menos entrei em dois deles e dei falta de vários conceitos importantes. Não importantes para fazer website, mas para resolver problemas difíceis. Jamais trocaria por uma graduação boa e bem feita.
A questão é que conhecimento bem estruturado infelizmente ainda tem um custo.
Não não, eu não fiquei ofendido, eu acho que é um tópico importante e que várias pessoas podem se beneficiar dessa conversa! Pode ficar tranquilo!
Concordamos nisso, inclusive é dessa forma que funciona até hoje. Eu entrevistei na Amazon e 3 das minhas 6 entrevistas do dia consistiram de conteudos relacionados a Binary Trees, Linked List, Graph e Heap. Mas o interessante foi que durante todas as entrevistas eles não perguntaram nada sobre a minha formação acadêmica, pois ja não é mais relevante para eles. Naquela mesma época eu estava entrevistando com o Twitter, Uber e Facebook e o padrão foi o mesmo. O conhecimento ficou acessível e barato, realmente a pessoa precisa de dedicação, eu não tinha noção que a precariedade estava alta assim no Brasil quanto a ter preguiça de procurar métodos em uma API, pois é, realmente precisa de ter força de vontade pois senão fica difícil de acompanhar e nao vale a pena mesmo.
E para contornar o que você disse no contexto geral, eu acho que se eu estivesse aprendendo no Brasil eu teria ido para uma universidade, pois as condições e estrutura acadêmica é diferente daqui, e também realmente o acesso e a noção das possibilidades a sua disposição são limitadas e eu teria ido com a multidão mesmo.
Eu nao sei direito quanto a pular etapas, eu acho que isso toca no aprendizado para transferência horizontal lá que eu falei acima, por exemplo, eu tenho certeza de que eu não tenho interesse financeiro ou intelectual em trabalhar com hardwares por exemplo, mas também é algo que você aprende durante um curso de CS e eventualmente se você não exercitar o seu conhecimento você acaba esquecendo e tendo que relembrar através do estudo novamente.
Eu acho que o root desse problema todo seria a disponibilidade, interesse e insistência do aluno para aprender e consumir o maior número de informações o possível, indexes existem hoje para ajudar você a montar um plano.
Realmente tem o lado da realidade brasileira e de outras culturas também precisam estar envolvidas nessa equação, é impossível de determinar um caminho ou outro sem ter os Pros e Cons quase que balanceado para cada opção.
Indiferente de universidade ou nao, no final você acaba precisando de tirar a diferença e ver o que faz mais sentido. Talvez tentar o caminho de auto-aprendizado primeiro e se não houver um progresso significante nos primeiros 6 meses aí você segue para uma estrutura mais organizada.
Não tenho a pretensão de cravar qual é a melhor forma de aprender, não sou pedagogo, não sei a fundo as dificuldades de cada um, e tenho meus defeitos também. Como diz um colega bem mais experiente que eu aos novatos, “você não deveria basear decisões tão importantes da sua vida na opinião de estranhos na Internet”.
Além da experiência pessoal eu frequento o StackOverflow em Português e vejo as perguntas que são feitas e o que o pessoal comenta por lá. Vontade de aprender e força de vontade dos interessados não faltam, mas muitos têm falhas na forma de aprender, por exemplo são imediatistas, alguns querem saber se dá pra aprender a programar legal em um mês ou um ano. Não dá. Muitos querem pular etapas, querem aprender só as linguagens e frameworks da moda, não querem saber de estruturas de dados, algoritmos, hardware, sistemas operacionais, redes, segurança e outros “desvios” de assunto, só que programar envolve tudo isso (tá, não vou cravar que entender de hardware é essencial, mas ajuda em algumas coisas, que talvez possam ser importantes para sua carreira. Também não vou cravar que você aplica diretamente tudo o que aprende, mas indiretamente faz um efeito benéfico no seu aprendizado, expande o seu raciocínio, por exemplo algoritmos, listas ligadas, árvores, além de matemática). Querer aprender não é saber aprender. Por isso um conhecimento mais “mastigado” como o da faculdade, que fornece uma escada gradual, ajuda nesse sentido. Se a pessoa não tem isso disponível precisa como você falou buscar um plano para estudar, mas até que ponto isso é confiável se a pessoa não sabe avaliar a qualidade desse plano? Boas faculdades pelo menos têm um plano pedagógico formal que vai sendo atualizado com o tempo. Por isso eu discordo de que o conhecimento ficou acessível e barato, com certeza melhorou mas não é 100% e só esse conhecimento por si não resolve o problema de todo mundo. Posso estar enganado e haver indexes bons por aí, mas esses freeCodeCamp da vida pelo que vi estão longe de serem completos. Minha ideia de index é pegar a grade curricular de boas faculdades e estudar as bibliografias, mas o volume de informação não mastigada é grande e você pode se perder se não tiver um direcionamento.
Outro problema a meu ver é a questão do autoconhecimento, cada pessoa é de um jeito, cada pessoa aprende de um jeito, os níveis de maturidade são diferentes, uns não aguentam pressão, outros funcionam melhor sob pressão, uns tiram lições de vida mais rápido que outros que são mais cabeça-dura. Se a pessoa fica muito solta o aprendizado dela pode não ir pra frente, se ela não tem um foco no que é importante aprender acaba perdendo a paciência com o excesso de detalhes, depende muito de cada um. Concordamos nisso também.