Antes de colocar a minha opinião, gostaria de colocar a minha opinião:
- Boa parte dos problemas encontrados na graduação são reflexos de problemas na educação de base: não se ensina a pensar, não se avalia o conhecimento, não se busca a evolução dos alunos, pensa-se, pura e simplesmente, na média, em decoreba e ponto final. Ignora-se, por completo, a individualidade, as facilidades e dificuldades que cada um tem.
- Tem muita instituição que funciona nos moldes do boleto x nota. Por outro lado, tem muita instituição pública em que professores não lecionam.
- Parte da responsabilidade por “não aprender nada” é do aluno: seja por pagar mensalidade e não se esforçar, seja por reclamar demais de trabalhos, provas e afins, seja por ser conivente com o professor meia boca, seja por não entender que a necessidade de estudar e aprender é dele.
- É sabido que cursos de exatas, quaisquer que sejam eles, tem um grande índice de abandono. Em instituições privadas, a mensalidade é uma causa. Mas, excetuando-se este viés, há um alto índice de abandonos por parte dos alunos que descobriram que “aquilo não é para eles”. Então, é realmente importante entender se é isso mesmo que se quer.
Sobre cursos técnicos:
O que o @rmendes08 comentou é a mais pura realidade. Salvo raríssimos casos, o intuito destes ditos “cursos profissionalizantes” é o de dar uma pincelada, é dar um litro de água, num oceano de informações. Eu já tive a oportunidade de, por 5 anos, ministrar esse tipo de curso e sei do que falo. Embora tenha tido alguns alunos que saíram de lá e já se empregaram, a maioria teve que estudar muito para chegar em algum lugar.
Sobre curso superior de tecnologia ou tecnólogos:
Algum ser de muita sabedoria, lá na segunda metade dos anos 1990, decidiu que seria bom acabar com o, então chamado, segundo grau técnico. Ainda hoje eu encontro gente que fez TPD (técnico em processamento de dados) como ensino médio técnico.
Aí, criou-se o tal do pós médio, que morreu na casca. Vejo muito pouco ou nada destes cursos.
Então, como uma solução definitiva, criaram o tal do curso superior em tecnologia, com duração de 1 a 2 anos e que habilitava profissionalmente (e para uma pós graduação).
Em suma, trata-se de uma graduação sem todas as firulas (língua portuguesa, psicologia, etc).
Por fim, ensino superior ou graduação:
A graduação em uma área específica do conhecimento segue uma série de normas impostas pelo MEC, que, basicamente, define uma grade a ser seguida, mas, não fechada. Cada instituição pode complementar, de acordo com o que deseja focar.
Teoricamente (e, isso, no Brasil isso diz muito), tanto o tecnólogo quanto a graduação deveriam estar “segurados” pelas constantes avaliações do MEC, em termos de qualidade e desempenho. Sabe-se que isso não é posto em prática.
Em instituições públicas, onde o 'professor" é concursado, isso torna as cosias mais difíceis ainda. Mesmo que todos reclamem, ele não pode ser demitido.
Na teoria (de novo), esse problema não ocorre em instituições privadas. Excesso de reclamações deveria gerar, ao menos, a mudança de professor.
Agora, falando da minha experiência pessoal:
- Tudo o que aprendi de programação teve início na graduação: bacharel em análise de sistemas.
Tive que aprender lógica de programação e C++; Tive que aprender PHP. Tive que aprender java e java para web. E outras coisas como análise estruturada, análise orientada a objetos, bancos de dados, arquitetura, etc. Além de psicologia, metodologia científica (2 vezes), inglês técnico, etc.
A minha turma foi responsável pela troca de 2 professores, devido às reclamações que fizemos.
Cursos técnicos, comprei só pela udemy, nos 2 últimos anos. Antes disso, nenhum.
Finalizando, posso dizer o seguinte:
- Você sempre tem a opção de sair. Seja de casa, do curso que está fazendo, da faculdade, do emprego, de qualquer lugar. Se não está satisfeito, saia. Procure seus direitos.
- Estudar sozinho, principalmente se você quer trabalhar com desenvolvimento de sistemas, é fundamental. Não espere um professor, amigo, namorada, mãe, pai ou filho da sobrinha do irmão da tia da avó do primo do vizinho ensinar. Vá atrás.
- Defina seus objetivos imediatos, a curto, médio e longo prazos e vá atrás deles. Não adianta você dizer “quero trabalhar na google, nos EUA” se você nem fala inglês e espanhol fluentemente, nem pensa em graduação.