[quote=kicolobo]Oi gente, o que o Saoj faz na realidade é sintal de maturidade.
Se você for analisar o discurso que ele usa vai perceber que na realidade ele está lidando com a questão do valor o tempo inteiro.
A pergunta que ele se coloca é: “vale realmente à pena usar isto no meu projeto? O que eu ganho com isto? O custo é inferior ou superior ao ganho? Quais as outras opções?”
E em seguida ele mostra as outras opções. E para a opção que escolheu, vêm com uma justificativa.
É a justificativa por trás da escolha que forma o valor. Então, temos aqui alguém que, concordemos ou não, tem um nível de maturidade que muitas vezes tá faltando na nossa área.[/quote]
Cara, muito bom o seu texto. Aliás gosto muito do que você escreve, Kiko. Mas vale uma ressalva.
Eu fico temeroso com certas afirmações do tipo: faça o que o cliente precisa fazer. É difícil avaliar o que exatamente o que o cliente precisa. Há doze anos atrás eu ouvi um dono de empresa dizendo que o produto que ele tinha atende perfeitamente ao cliente, ao cliente pouco importava se era Delphi ou Clipper, se era Dos ou Windows. Para o cliente bastava que resolvesse o seu problema. Eu discordei dele na época, mas discordei mais por ser hype quanto ao Delphi, do que pelo valor que daria ao cliente.
Na verdade eu era sim Hype, defensor do RAD e da ferramenta pela qual eu tinha me encantado. Mas por tras daquilo havia algo que eu não tinha notado, e que na realidade pouco me importava (pois eu queria era largar o Clipper): O software daquela empresa estava envelhecendo. Ele resolvia os problemas do clientes todos, mas logo a exigência aumentaria.
Hoje isso é obvio, mas na época não era tanto. Nós não sabiamos que rumo as coisas tomariam e sistemas em dos ainda existiam aos montes. Hoje a empresa não existe mais e o dono dela trabalha como consultor para empresas do ramo contábil.
Outro exemplo é o saoj que já citaram no tópico. Há algum tempo ele vem levantando “questões” sobre o Hibernate. Eu tinha essa ferramenta como intocável dentro do ambiente java. Pra mim era algo sobre o qual e sequer pensava, eu aprendi a mapear tão logo aprendi a sintaxe java. Aprendi a escrever hql, ao mesmo tempo que aprendia a lidar com servlets e coisas do gênero. Nunca me passou pela cabeça que ela poderia ser esse monstro todo que alguns apontam.
Mas ele é. Se não esse monstro, ele é uma ferramenta com uma curva de aprendizado muito grande, isso muitas vezes só para substituir algo que é bem mais simples sem ele.
Eu, pessoalmente, preciso do Hibernate, ou de alguma ferramenta que o substitua. Eu uso muito nos meus modelos conceitos que seriam dificeis mapear sem eles. Como polimorfismo, composição etc… (se houver algo que exista e ajude estou disposto a estudar). Mas a curva de aprendizado dele é realmente terrível.
Muitas vezes nós mesmos estamos presos a mesma coisa, lenta, difícil sem sequer se dar conta de que ela nos atrapalha.
O que eu quero dizer é que eu tenho medo que esse discurso mais conservador, mais anti-hype, seja convertido pelo retrógrados e reacinários em desculpa para a sua preguiça imensa de se atualizar, de buscar coisas novas, novas soluções para as gambiarras que eles estão fazendo a seculos, mas não deixam de lado porque “não tem valor para o cliente”.
E entre os retrógrados e os hypes-mala eu fico com os hypes. Pelo menos preguiça de inovar eles não tem.